
Hoje, sim, podemos dizer que os 224 municípios do Piauí são atendidos pela Educação Básica, mas ainda temos muitos desafios a vencer. Mas parece que estamos no caminho. Oitenta e nove por cento das matrículas na Educação Básica são oriundas da rede pública.
Secretário de Educação do Estado do Piauí
Por Marcus Tavares
No início de novembro, a Secretaria de Estado da Educação do Piauí divulgou em suas redes sociais que o Estado registra a melhor frequência escolar da Região Nordeste e a 4ª do Brasil. Os dados se baseiam nos resultados do módulo de Educação da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua), apresentados recentemente. Segundo a secretaria, a taxa de jovens (dos 15 aos 17 anos) que frequenta regularmente a escola é de 90,8%, uma proporção superior à observada em estados como São Paulo (87,4%) e Paraná (85,2%). O levantamento revelou ainda que as crianças de 6 a 10 e de 11 a 14 anos também possuem um amplo acesso à educação, com 99,6% e 99% respectivamente.
Com base nestas informações, o CONEXÃO ESCOLAS resolveu conversar com o secretário da pasta para entender como a rede vem trabalhando para alcançar tais resultados. De acordo com o professor e secretário Ellen Gera de Brito Moura, os avanços que vêm sendo observados é fruto de um investimento na Educação que começa no início da primeira década do século XXI: “Entramos neste século com várias defasagens no campo educacional. O Estado, infelizmente, não contava sequer com a universalização da oferta da Educação Básica. Tínhamos municípios sem Ensino Médio. Hoje, sim, podemos dizer que os 224 municípios do Piauí são atendidos pela Educação Básica, mas ainda temos muitos desafios a vencer. Mas parece que estamos no caminho. Oitenta e nove por cento das matrículas na Educação Básica são oriundas da rede pública”, conta.
Segundo Ellen, depois de universalizar o Ensino Fundamental e Médio, a secretaria de Educação conseguiu, no ano passado, oferecer o ensino técnico profissionalizante, ao menos em uma escola de cada município. Das 658 escolas, apenas 73 ofereciam até então o segmento. Para 2020, queremos oferecer a possibilidade de acesso ao Ensino Superior em cada município do Estado.
“Em Educação tudo é investimento e colhemos ao longo prazo. Neste sentido, em dezembro de 2016, o Estado do Piauí criou o projeto Universidade Aberta do Piauí (UAPI), a exemplo da Universidade Aberta do Brasil. Hoje, há oferta de cursos presenciais superiores em 162 municípios. Mas queremos mais. Uma das nossas metas, em 2020, é contemplar todas as regiões. Nossa intenção é dar acesso à escola e promover a permanência dos estudantes, seja em que segmento for”, promete o secretário.
Para alcançar tais objetivos, ele afirma que a pasta investe em três frentes de trabalho: programas pedagógicos, programas sociais e na tecnologia da informação. Parcerias são realizadas para capacitar professores, diretores e gestores no planejamento e na organização da escola. No que tange aos projetos sociais, Ellen destaca o programa Poupança Jovem, voltado para alunos do Ensino Médio de 44 municípios de extrema pobreza, com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estudantes recebem um benefício, ao longo dos anos do Ensino Médio, no valor de R$1.500,00. “É um valor simbólico, mas que faz total diferença na vida dos estudantes e de suas famílias”, observa o secretário.
E em relação à tecnologia da informação, a pasta da Educação faz uso das ferramentas digitais para se comunicar com toda a rede. Hoje, todos os municípios estão conectados com a secretaria, o que facilita a troca de conhecimentos e experiências entre gestores e equipes. Mas não é só isso: a tecnologia também vem sendo usada para diminuir a evasão escolar.
“Começamos a combater a falta e o abandono com a implantação do acesso eletrônico nas escolas, por meio do sistema Mobieduca.me, uma ferramenta de monitoramento da frequência dos alunos que comunica aos pais, por meio de mensagens em seus telefones celulares, a ausência do estudante na escola. Os pais também têm acesso às informações sobre a vida acadêmica dos seus filhos. O sistema está presente em cerca de 330 unidades da rede estadual”, destaca.
De acordo com o secretário, a melhoria da qualidade da escolaridade do estado do Piauí tem relação direta e proporcional com a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da região. Na última medição, o estado apresentava o terceiro menor índice no ranking nacional, à frente apenas de Maranhão e Alagoas. “É por isso que estamos neste processo de construção e universalização do ensino em todas as etapas, sem esquecer, é claro, a qualidade”, finaliza.